segunda-feira, 15 de abril de 2013

Por entre sol e chuva

Depois de um fim-de-semana de uma Primavera que tardava em dar sinais de vida, eis que chegou a semana com um novo dia de chuva. Viver sem sol começa a tornar-se complicado, por isso estes dois dias foram um recarregar de baterias há muito esperado. Para mim, talvez devido ao elevado número de visitantes, foi um fim-de-semana complicado. Facto é que 3 dias sem tomar os calmantes que me acompanham há mais de dois anos, porque tinha perdido o rumo à receita médica, me causaram alguns sintomas físicos. Alguma angústia e mesmo dores manifestaram-se inesperadamente. Escusado será dizer que isso me desanimou um pouco... Retomada a normalidade da medicação hoje, só falta o sol para que tudo esteja mais perto de uma perfeição possível: sim da possível neste momento, mas um pouco abaixo da perfeição que ambiciono. Afastadas já as gotas de chuva da manhã, nada mais ouço lá fora que o canto dos pássaros.
Assim são os dias seguintes àqueles... assim difíceis!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Relações de interesse

Há pouco dei por mim a pensar nos meus últimos dias. Sem dar imediatamente conta, cheguei a uma conclusão de certa forma assustadora. As relações que se vão mantendo, as pessoais, de trabalho, dentro do trabalho mas a puxar para o pessoal... algumas não passam de relações de interesse e conveniência. Em alguns casos não num sentido tão forte e negativo como possa parecer pela força das palavras que usei, mas,, na verdade, muitas delas de genuíno têm muito pouco.
De certa forma isto pode ter a ver com a minha visão dos valores que me foram incutidos. Às vezes dou por mim a pensar que estou errada, mas depois conversando com ou dois amigos que possuem pontos de vista semelhantes... concluo que talvez não esteja tão errada assim. São pessoas que não conheço desde que nasci, com as quais me cruzei por um ou outro motivo... cada um de nós com educações diferentes, mas com perspectivas tão semelhantes em algumas coisas.
Talvez por ter a sorte de conhecer e poder contar com pessoas assim, torna-se mais claro para mim que parte das relações têm interesses subjacentes: ou porque podemos ser úteis no trabalho, ou porque podemos dar a ganhar visibilidade a alguém perante uma pessoa que lhes interesse...
Nada me satisfaz mais do que ajudar alguém que muito me ajudou, ou alguém que tenho a certeza que não me vira as costas se eu precisar. Estas pessoas são raras e por isso preciosas. Fazem-nos também ver que muito do que temos à nossa volta são bonecos ou paisagem.
Mas mesmo com aqueles de quem mais gostamos, as relações não deixam de ser de interesse, mas de outra forma: a afectividade que nutrimos por essas pessoas e elas por nós são a certeza que temos de um porto de abrigo, para maus, mas sobretudo para os bons momentos.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Fácil ou difícil?

Às vezes os dias que parecem fáceis são também difíceis. Não costumo baixar os braços ao trabalho, mas há dias em que simplesmente não há muito para fazer. Estes dias, aparentemente fáceis, não o são para mim. Regra geral pego num papel e caneta, mas a inspiração nem sempre está ao virar da esquina. Há dias, como o de hoje, em que a minha cabeça parece ter dado um nó. 
Ainda assim insisto nas minhas tentativas de produzir uma escrita aceitável. Tenho motivos para conseguir! Sou motivo de muitas invejas devido à minha recente aquisição, estou bem de saúde e com genica para trabalhar. Afinal a minha paixão pela escrita e pela fotografia ainda podem mover montanhas, pelo menos eu ainda acredito nisso. E os meus AMIGOS também!
A devastação de parte do ambiente que me rodeia, fez-me abrir os olhos e ver as coisas de outra forma. Se há coisas de que realmente gostamos , devemos agarrar-nos a elas com a máxima força, porque um dia destes podemos simplesmente ir a passear e levar com uma árvore em cima! Não, não é exagero, porque ainda ontem, uma semana depois do temporal caiu uma enorme e cortou por algum tempo a estrada. Felizmente não passou ninguém naquele momento. Com tanta árvore que tem caído, humanos e os seus bens têm sido poupados. Mistérios das estradas e da serra de Sintra!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Algo...diferente

Há já algum tempo que não passo por aqui. Tenho andado dedicada a outras escritas que, espero, me abram algumas portas no futuro.
Os meus dias difíceis por causa da depressão têm sido cada vez menos. Por outro lado tenho aprendido muitas coisas ultimamente no que diz respeito a relações humanas. E já que falo nisso, há uns meses, por um mal entendido, acabei por aceitar um pedido de amizade numa rede social, coisa que não tenho por hábito fazer. Aliás sou muito selectiva nas minhas "amizades"online. Metade das pessoas ignoram-me aqui na rua quando passo por elas, depois recebo pedidos de amizade, ignoro-os e voltam sempre a aparecer. Querer saber da vida dos outros só para poder comentar? Eu não compactuo com essas tretas.
No entanto, e pela primeira vez, travei conhecimento com alguém sem sequer conhecer a pessoa (o que aliás ainda não aconteceu). Foi uma coisa inesperada, mas inesperadamente boa. E muitas vezes é essa pessoa que colmata alguns dias difíceis, sempre com uma palavra de apoio, de carinho, ou simplesmente com uma piada.
Há dias assim... em que fazemos uma coisa diferente de sempre e criamos ali algo de novo e muito compensador!

sábado, 9 de junho de 2012

O dia seguinte

Uma noite de sono faz milagres. Pelo menos a última noite fez e hoje acordei menos perdida. Fui para o trabalho e quando cheguei ao vestiário presentei as minhas colegas com o "bom dia" habitual: resposta zero. Larguei as minhas coisinhas e fui pegar ao serviço, mas quando virei costas, estranhamente surgiu-me um sorriso. E pensei 2 coisas sem quase dar conta: se mordêssemos a língua eu seria a sobrevivente (boa!!) e se acham que é um bom método para me abater, bad luck!
Fui a 1ª a começar a trabalhar (no exterior, felizmente), abdiquei daquelas companhias para almoçar e ao fim da tarde saí, de consciência tranquila e com a certeza que ninguém teve um dedo a apontar ao meu trabalho. Podem começar a exercitar a imaginação, porque no que depender de mim todos os dias continuarão a ser assim, sendo que tudo fica registado. Um dia vão provar o próprio veneno, será doce ou amargo??
O dia de ontem passou, mas não está esquecido. Se hoje estive bem? Mentiria se dissesse que sim, mas foi suavizado, sem lágrimas e com sorrisos maravilhosos que me deixam sempre mais tranquila!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Realidade do dia

Desde que conduzo (já lá vão 6 anos) hoje foi a primeira vez que não liguei o rádio durante uma viagem. Dentro do carro as lágrimas correram silenciosas pela minha cara, foram secando com o sol ainda intenso que batia de frente na minha pessoa; o único barulho durante 50 minutos foi o dos meus pensamentos, que pareciam gritar.
Quando cheguei ao trabalho hoje de manhã o segurança de serviço disse-me "Credo estás com umas olheiras horríveis, dormiste?" "Sim dormi" e a verdade é que quando comecei efectivamente a trabalhar e ia disfarçar as malditas olheiras elas tinham desaparecido. Agora, após esta viagem, elas estão gigantes, não imagino o que o senhor diria se me visse agora...
Quem ler isto vai pensar "O trabalho dela hoje deve ter rendido muito", mas por acaso rendeu, bastante.
Eu posso estar desesperada e de cabeça perdida, mas não tinha ninguém que pudesse sequer ajudar-me no trabalho, portanto fiz o melhor que sei e pude. E até recebi elogios, mas apesar de satisfeita, nem isso tirou a amargura que sinto hoje.
As lágrimas continuam a escorrer e lembro-me daquilo que disse há 2 dias a um amigo, que quando ele precisava de ajuda era demasiado orgulhoso para aceitar o braço de quem se preocupava e queria ajudar. Pois é, neste momento sinto-me a descer cada vez mais para o fundo e facto é, que não tenho braço que me puxe para cima. Porque três anos é muito tempo... porque toda a gente acha que depressão não é doença e cansaram-se daquilo a que chamam birras... Eu também estou cansada. Mas em dias como hoje sou vencida e acompanhada por aquilo que mais me assusta nesta vida: a solidão.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Mudanças...

Hoje tenho 1001 coisas para escrever, outras tantas emoções para verbalizar... ainda assim sinto-me estranhamente impedida de o fazer, os dedos parecem não ceder à minha vontade e as palavras teimam em não sair como eu desejaria.
Afinal, há dias assim, difíceis! Nestas alturas lembro-me porque dei o nome ao blog: porque há dias em que não conseguimos dizer às pessoas o que realmente sentimos por elas (e o dia seguinte pode ser tarde demais), dias em que dizemos tudo o que não devemos às pessoas que menos queremos fazer sofrer, dias em que baixamos os braços perante as evidências, dias em que remar contra a maré nos parece algo impossível. São assim, dias em que tudo parece errado. Hoje não é um dia como os que acabei de descrever, mas tenho passado por eles (ou eles por mim!) nos últimos tempos.
Não estou menos confusa do que estava ontem, mas começo a ver a poeira a dissipar-se e tenho por isso a certeza que inevitavelmente algumas respostas virão ao de cima.
Há poucos dias dei-me conta de que os meus episódios depressivos estavam diferentes. Sim, ainda não me habituei a estas novidades, preciso de me conseguir entender e adaptar de forma a contorná-los e desta vez com a certeza que tenho de o fazer sozinha. Talvez por essa razão esteja a ser difícil quebrar com estes episódios. Mas nisto ainda não baixei os braços e sei que no dia em que o fizer será mais complicado voltar a encontrar o meu caminho.